Construir em São Luiz do Paraitinga é um privilégio. A cidade colonial situada na região do Vale do Paraíba, preservada pelos órgãos do Patrimônio Histórico, é de atrações turísticas como suas festas populares tradicionais e sua situação geográfica, na Serra do Mar. Devido a essas características, seus terrenos são bastante acidentados. É um lugar especial e construir uma casa ali é um belo desafio.

 

Desenvolvemos o projeto com dois propósitos principais: o primeiro é construir a residência de uma jovem bibliotecária da Biblioteca Municipal de São Luiz; o segundo é possibilitar que a casa seja também espaço de lazer, nos finais de semana e nas férias, para os pais da moradora que vivem em São Paulo.

 

No terreno com declividade acentuada, uma pirambeira, projetamos uma casa pudesse ser uma extensão da paisagem. Normalmente, as moradias de São Luiz têm a sala voltada para a frente e os quartos para os fundos, ou no andar superior quando se tratar de um sobrado.

 

Na casa que desenhamos, resolvemos mudar esse conceito para aproveitar a bela vista para a serra e assim, os quartos ficaram voltados para a rua. A solução, no entanto, deixava a intimidade da família um tanto exposta e foi preciso propor algumas soluções que não arriscasse a proposta inicial.  

 

Resolvemos essa questão da exposição dos quartos, construindo a casa no ponto médio do terreno. Ou seja, a casa ficou implantada um metro abaixo da rua, solucionando dois problemas de uma vez. Os quartos, sombreados por uma árvore já existente, ficaram resguardados por um muro baixo e por um pequeno pátio com um banco disposto na entrada da casa.  O espaço de convivência da família pode ficar envolto pela vegetação da serra.

 

O conjunto, em meio nível em relação lote, foi construído a partir de conversas com os construtores locais. Assim optamos por construí-lo com estrutura de concreto armado e alvenaria de bloco, cujo uso era mais comum na região. Tudo isso resultou numa casa de 65m² interno, 12m² de varanda e outros 65m² de área na cobertura com um jardim, o que possibilitou   uma nova relação dos moradores com a cidade histórica e com a Serra do Mar.