Para o grupo de jovens arquitetos, um edifício dos anos 70, projeto do arquiteto carioca Américo Rodrigues Campello, era o lugar ideal para abrir um pequeno e acolhedor coworking. Localizado no final da Av. Angélica próximo à Av. Paulista, o edifício tem no térreo um agradável jardim, que adentra o lote desde a rua, e uma sequencia de oito lojas comerciais intercaladas pelas portarias de três blocos. Cada uma das lojas tem frente para o jardim e fundos para a rua de serviços. A implantação é perpendicular à calçada, e faz uma pequena curva abraçando o jardim e buscando a melhor orientação em relação ao sol.  

A planta comercial original, com 45 m² e um mezanino de concreto pesado, escondia qualquer possibilidade de iluminação natural, ventilação e interação com a área externa . Os arquitetos optaram por demolir o antigo mezanino e desenhar um novo, já que o pé direito de 4,30m permitia.

Esse mezanino, que somou mais 25m² de área útil, ocupa somente a metade longitudinal do espaço, deixando a outra metade com pé direito duplo, o que permite a iluminação, circulação de ar e visuais abertas. Nos fundos, junto à rua de serviço, uma pequena copa e um banheiro. Na frente, uma grande porta de vidro, ocupando a maior parte da fachada, recebeu um painel idealizado por um artista gráfico.

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A estrutura metálica para o mezanino foi feita totalmente independente da estrutura de concreto do edifício. Foram desenhados quatro pórticos que atirantam o andar superior, deixando todo térreo livre de apoios. Essa estratégia era importante para resolver a falta de paralelismo das divisórias laterais. O mobiliário foi desenhado especialmente para o espaço, utilizando compensado naval, detalhes em freijó e fórmica grafite. As mesas contam com canaletas para as fontes e fresas para apoio dos braços. Embaixo, no térreo, ficam as mesas de trabalho em grupo e uma pequena sala de reuniões, enquanto em cima ficam as mesas individuais, a biblioteca e uma pequena sala de descanso.